segunda-feira, 14 de junho de 2010

Mais um atentado à saúde de Caldas da Rainha


Os Trabalhadores Social-Democratas de Caldas da Rainha não ficaram surpresos com a notícia da ampliação do Hospital em detrimento da construção de um novo.


Esclareça-se as ilusões e falsos argumentos que circulam. Fala-se na diferença entre 100 milhões para um novo Hospital ou 60 milhões para ampliar. É uma falácia tal conta, pois cortar um património valiosíssimo como a Mata tem custos incalculáveis, além de que uma ampliação, nos moldes em que está planeado, apenas trará alguns espaços novos, mantendo outros obsoletos, sendo uma solução que não corresponde ao que o Oeste necessita.


A solução da ampliação trará muitos amargos de boca dentro de 5 ou 6 anos, quando se perceber que o futuro passa pela construção de uma nova unidade hospitalar. Só péssimos gestores e péssimos políticos não distinguem a diferença entre custo e investimento, já que um investimento adequado às necessidades presentes e futuras traria imensa poupança no futuro, pois é fácil perceber que Caldas da Rainha irá receber cada vez mais utentes dos concelhos limítrofes, e se não tiver condições adequadas, o caos continuará.


Não podemos esquecer das frequentes notícias do envelhecimento da população, portanto, será lógico uma cada vez maior afluência aos Hospitais, e é fulcral que estes tenham condições logísticas que estejam preparadas para o presente e para o futuro. Actualmente, o Hospital até tem pessoal bastante qualificado, mas sem as condições adequadas, não lhes é possível fazer um bom trabalho, daí se percebendo alguma deficiência nos serviços.


E em 2020? Como estará este Hospital a funcionar tendo em conta a continuidade de fecho e redução de unidades de saúde nos concelhos circundantes, e com a relocalização dos seus utentes para Caldas? Falaremos então de um novo, agora a custar 300 milhões? Há que perceber que um custo é algo que nos leva a despender de dinheiro sem benefícios, e um investimento é o uso correcto de dinheiro em projectos que nos trazem retornos, como bons serviços de saúde. Uso correcto de dinheiro é uma aplicação financeira sem custos que podiam ser evitados, como é o caso da ampliação do Hospital de Caldas, que não vai de encontro às necessidades de todos quantos necessitam e virão a necessitar de cuidados de saúde, que irá levar mais tarde à conclusão de que é necessário um novo Hospital, com um custo muito mais elevado.


É o desperdício de uma oportunidade para criar mais postos de trabalho e novos serviços em Caldas da Rainha. É ainda a perda de oportunidade para requalificar o espaço actual do Hospital, pois garantidamente que, com a construção de um novo, não haveria quem não quisesse aproveitar o espaço, fossem entidades privadas que trariam um serviço extra de saúde para o Oeste, ou mesmo para servir como um novo centro incubador de empresas, centro de conferências, enfim, mil e uma aplicações que se lhe poderiam dar, sem esquecer que o atendimento ao utente não seria prejudicado pelas obras, permitindo abandonar o espaço apenas quando o novo estivesse construído.


A ampliação do Hospital e a redução de serviços de saúde nas freguesias rurais, são sinais do desrespeito pelos direitos fundamentais dos cidadãos, que envergonham qualquer político num Estado Democrático de Direito.


Sentimos que os trabalhadores das áreas da Saúde têm a preocupação de prestar um bom serviço, mas sem a organização e as condições necessárias, não é possível dizer que o Oeste goza de boa saúde…

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